Livro: A Mecânica do Coração

By Sora - março 06, 2015

Sinopse: Jack nasce no dia mais frio do mundo com o coração congelado. A Dr.ª Madeleine submete-o a uma operação delicada, em que instala um relógio de madeira no seu peito, para ajudar o seu coraçãozinho a funcionar.

Para sobreviver, Jack tem que seguir três regras: não tocar nos ponteiros do coração-relógio, controlar a raiva e acima de tudo, não se apaixonar.

Mas não há mecânica capaz de fazer frente à vida e, um dia, uma pequena cantora de rua arrebata o coração de Jack. Disposto a tudo para a conquistar, Jack parte numa peregrinação sentimental até à Andaluzia, a terra natal da sua amada, onde encontrará as delícias do amor… e a sua crueldade.

Um conto de fadas para adultos, ao estilo de Tim Burton ou Lewis Carroll.

O Autor: Mathias Malzieu é vocalista de uma das mais conhecidas bandas de rock francesas, Dionysos. É autor dos contos 38 Mini Westerns e do romance Maintenant qu’Il Fait Tout le Temps Nuit Sur Toi, que conheceu um tremendo sucesso junto do público e da crítica. A Mecânica do Coração é também o nome do mais recente álbum da banda de Malzieu, que foi Disco de Ouro em 2008.

Titulo: A Mecânica do Coração

Titulo Original: La Mécanique du Coeur
País de Origem: França
Autor: Mathias Malzieu
Género: Romance, Steampunk
Editora: Contraponto
N.º de páginas: 192
Edição/Reimpressão: 1ª edição, Outubro de 2009
ISBN: 9789896660208

Resumo (AVISO contém Spoiler, carregue no botão abaixo para ler):

Edimburgo, 16 de Abril de 1874, para muitos, o dia mais frio do mundo, e é nesse dia que nasce o little Jack, numa velha casa empoleirada no topo da mais alta colina da cidade.

Essa casa pertence à doutora Madeleine, uma parteira que traz ao mundo os filhos ilegítimos, filhos de prostitutas e adolescentes, aqueles que não eram dignos de nascer num hospital. Além de parteira, Madeleine adora concertar as pessoas e criar próteses, pernas de pau, olhos de vidro, etc. No final do século XIX, a maioria da população já a tomam por feiticeira.

Quando o little Jack nasceu, Madeleine notou que o seu coração estava gelado, devido ao facto de ter nascido no dia mais frio do mundo. Para salvar a criança, a doutora implantou-lhe um relógio de cuco de madeira no lugar do coração.

Jack cresceu na casa da doutora Madeleine enquanto esperava que alguém adotasse-o, caso que nunca acontecia pois os pais assustavam-se sempre que ouviam o tique-taque do relógio e viam os seus ponteiros afiados perfurarem o peito da criança. Assim que o menino fez cinco anos, a doutora desistiu de o mostrar aos casais que a visitavam. Apesar disso, o menino não era de todo solitário, tinha três amigos, o Artur, um antigo agente da polícia que, após ser despedido, se tornou um vagabundo bêbado que passava a vida a cantar “Oh When the Saints” e duas prostitutas, Anna e Luna que apareciam sempre na altura do Natal de barriga arredondada.

No dia do seu décimo aniversário, Jack finalmente conseguiu convencer Madeleine a levá-lo à cidade, sitio onde nunca tinha estado. Cidade, essa, onde conhece a “pequena cantora que vai contra as coisas”, uma jovem que cantava e dançava flamenco sem óculos por motivos orgulhosos de vaidade. Jack fica tão encantado que começa a cantar com a pequena cantora até o seu relógio coração começar a ranger e o cuco se fizer ouvir. O rapaz tem uma crise que é acalmada com gestos suaves de uma Madeleine furiosa.

“O amor é perigoso para o teu coraçãozinho.” Era o que Madeleine dizia-lhe todas as noites antes de Jack adormecer.

Nos tempos que seguiram, Jack tentou voltar à cidade para ver a sua “pequena cantora” mas Madeleine nunca o deixava ir. Começou a perguntar a todas as pessoas se sabiam quem ela é, mas a pedido da doutora, ninguém lhe respondia, até ao dia em que Luna se descuidou e disse que a rapariga era de Andaluzia e Anna acrescentou que ela vivia em Granada, em Andaluzia, e que talvez estuda-se na escola.

Jack tratou logo de se inscrever na escola pública, por muita relutância que Madeleine tenha tido, dizendo que ele não iria gostar. No fim acabou por ir.

Logo no seu primeiro dia de aulas, perguntou a todos pela “pequena cantora ‘Andaluzia’”. O pior erro que podia ter cometido. Ele queria reencontrar a pequena cantora para lhe dar uns óculos, assim ela já não iria contra as coisas, mas o seu relógio coração denunciava-o, os tiques-taques ficavam mais acelerados e audíveis. Para todos era óbvio que o novo aluno gostava da pequena cantora.

Joe, um rapaz esguio e alto, ficou furioso ao saber das intenções de Jack. Ele amava a “sua” Miss Acácia, que se tinha mudado para Andaluzia. Com todas essas frustrações, passou a atormentar Jack todos os dias durante os três anos em que teve que frequentar a escola. Num desses dias, Joe conseguiu abrir o relógio de Jack e ver as suas engrenagens a trabalhar. Começou a mexer nas rodas e nos ponteiros, provocando grande dor e humilhação no little Jack, pois Joe atacava-o sempre em público. Com todo esse transtorno, acumulado por anos, Jack agarra na cabeça de Joe e empurra-o contra o seu relógio vezes e vezes sem conta, um dos ponteiros perfura o olho de Joe mas Jack, possesso pela raiva contida, só para quando o rapaz cai semi-inconsciente. Nessa altura apercebesse que todos os olhares dos alunos estavam em pânico e apavorados. Com medo que tivesse matado Joe, foge pelos muros da escola para subir a colina a correr, para junto de Madeleine. A meio do caminho, ouve um grito de Joe e sente-se logo um pouco mais aliviado por não o ter matado.

A doutora quando ouve os rápidos relatos de Jack, não tem tempo de o acalmar pois Artur entra em casa dizendo que um fiacre cheio de polícias se aproximava. Madeleine prepara uma mala apressadamente e entrega-a a Jack mandando-o fugir e visitar um relojoeiro assim que se instalasse. Luna, Anna e Artur levaram-no até ao comboio enquanto a doutora Madeleine ficou para trás e acabando por ser presa.

Na despedida, Luna entrega-lhe uma gaiola com um pombo-correio dentro. Diz que era um presente de um dos seus clientes mais românticos, mas que queria que Jack lhes escrevesse regularmente.

A primeira carta escrita era da autoria de Artur, essa carta era muito grande e pesada pois ela continha uma notícia difícil de digerir. Madeleine tinha falecido na primeira noite que passara na prisão.

Enquanto isso, no comboio, Jack tenta pedir concelhos amorosos a um senhor que escrevia stressado. O homem diz-lhe que só tem sorte com as mulheres mortas, e quando Jack consegue ler um pouco do pedaço de papel apercebe-se que a tinta é vermelha, ao que o senhor responde que é sangue. “O vosso humilde servidor, Jack, o Estripador.” Era o que estava escrito nos papéis. Porém o little Jack não se apercebe do perigo e continua a conversar e comenta que é um bom sinal terem o mesmo nome.

Jack, o estripador, torna-se assustador de repente. O nevoeiro denso entre pelas janelas, o apito do comboio torna-se estridente e um bando de pássaros negros rodeiam o estripador. Jack desata a correr, assustado, procurando por alguém no comboio mas sem sucesso. O estripador começa a contar as maneiras macabras com que mata as suas vítimas e a repetir inúmeras vezes “aprenderás rapidamente a aterrorizar para sobreviver!”. O comboio para numa estação e Jack, o estripador, sai como se nada tivesse acontecido. O resto da viagem é tranquila, enquanto little Jack tenta acalmar o seu relógio.

Chegado a Paris, o jovem decide escrever para Madeleine e mandar-lhe pelo pombo, escreve frases ligeiras com medo do animal perder a carta pelo caminho.

Seguindo as indicações da doutora, trata logo de procurar um relojoeiro mas só há terceira tentativa é que um senhor aceita revisar-lhe o relógio coração. O seu nome era Méliès, George Méliès, um ilusionista muito inventivo que sonhava em levar a sua amada à lua. Jack passa a noite em casa de Méliès que se disponibilizou para percorrer a Europa com o rapaz em busca da Miss Acácia.

Passaram vários dias e noites a viver como sem-abrigos mas nunca desanimavam. Em Valença o pombo-correio volta para Jack mas de patas vazias, apenas um resto de cordel, a carta perdeu-se pelo caminho e Jack pede que a rescrevam.

Chegados a Granada, perguntam a várias pessoas pela pequena cantora de flamenco que não vê bem e são reencaminhados para o Extraordinarium, uma feira popular onde acabam por encontrar um cartaz a anunciar uma atuação de Miss Acácia.

Assistem ao espetáculo enquanto Méliès dá umas dicas de sedução a Jack. O pequeno sente o relógio a mil mas Méliès ajuda-o a manter-se calmo e a ignorar os olhares das pessoas sobre si. No final, o rapaz entra no camarim da cantora enquanto espera por ela com um ramo de óculos para lhe oferecer. A jovem aceita-os mas diz que não os usa porque parece uma mosca, no final, combinaram encontrar-se novamente.

Para poder continuar perto da sua pequena cantora, Jack procura um emprego no Extraordinarium e consegue um no comboio-fantasma, após mostrar o seu relógio à dona do local que apenas o aceita por falta de oferta melhor. Nesse momento, Jack lembra-se do episódio com o estripador “aprenderás depressa a assustar para sobreviver”.

No seu primeiro trabalho, acaba por não assustar ninguém, fazia as pessoas rir! Tentava ser sorrateiro e cantar sombriamente “Oh When the Saints” mas o maldito relógio denunciava-o sempre antes de aparecer em cena. Miss Acácia esperava por ele no lado de fora, mas por estar sem óculos não viu nada, apenas soube que foi divertido devido aos risos das pessoas.

Méliès tinha comprado um ateliêr naquela feira onde fazia truques de magia e preparava a sua viagem para a lua e o seu livro animado, as imagens em movimento que queria criar. Foi para ai onde Jack se dirigiu depois do encontro com a cantora para lhe contar todos os pormenores e pedir-lhe mais conselhos.

Entretanto, recebe uma carta assinada por doutora Madeleine, mas fica desiludido com o conteúdo da carta e da forma fria e distante que estava escrita, normalmente a doutora seria mais tagarela e preocupar-se-ia demasiado com o seu bem-estar. Jack respondeu, pedindo por cartas maiores e deixando a sua atual morada para receber as cartas pelo correio normal.

À noite, Jack volta a encontrar-se com Miss Acácia e mostra-lhe o relógio, após o cuco ter soado e assustado a pequena cantora. Ao contrário do que pensava, a jovem não se assustou nem começou a gritar, achou divertido e prático aquele coração, pois poderia o trocar caso ele se cansasse dela. Os encontros com Miss Acácia tornam-se frequentes até desenvolverem uma relação que mantém em segredo. Todos os dias o rapaz pensa em Madeleine e nas saudades que tem de casa.

Agora com trinta anos, levam a mesma vida que levaram no início da relação, continuando a mante-la em segredo, com encontros amorosos no quarto que Jack tem no comboio fantasma.

A principio, o segredo era lhes conveniente, mas Jack ficava cada vez mais insatisfeito ao ver os fãs da sua pequena cantora corteja-la a toda a hora, e ele não poder fazer nada. A situação piorou quando certo dia, Miss Acácia lhe pediu para tirar o relógio quando estão juntos, tal como ela tira a maquilhagem. Jack sentiu-se ofendido, Miss Acácia pensava que o seu relógio era apenas um acessório! Que a história de não sobreviver sem ele era mentira. Pior, disse que não acreditava nele porque, tal como todos os homens, mente, e que o seu coração de mentira era prova disso. Para provar que era um assunto sério, Jack dá-lhe a chave do relógio, para que ela pudesse ver o seu coração. Miss Acácia insere a chave na ranhura direita que abre o mecanismo e meche cuidadosamente nas engrenagens provocando a ambos um belo momento de prazer.

Um dia, um homem estranho, alto, esguio e com uma pala no olho esquerdo, apresentou-se no comboio-fantasma, para se canditar ao lugar de assustador. De imediato, Jack foi despedido e teve que se retirar do seu quarto para ir viver com Méliès no seu ateliê.

Nesse mesmo dia, o estranho homem foi assistir ao concerto de Miss Acácia e Jack não gostou de o ver observar a jovem com aquele olhar possessivo, por isso, depois do espetáculo falou com a amante sobre o homem de pala do olho. Foi uma discussão complicada e piorou quando o zarolho se aproximou e perguntou se não o reconheciam. De imediato, Jack sentiu um arrepio na espinha e Miss Acácia gritou “Joe!”, admirada de ver o antigo colega ali.

Joe estava lá com um objetivo em mente, reconquistar Miss Acácia. Depois de conversar com Jack, concluíram que estavam quites, Joe atormentava-o durante anos na escola e Jack vazara-lhe um olho. Apesar disso o ódio entre ambos não desaparecera.

À noite, Miss Acácia aparece possessa no quarto de Jack, Joe contara-lhe a história do olho, omitindo os antecedentes que levaram a isso. Novamente o casal discutiu, mas desta vez, Jack contou-lhe a história toda da sua vida, desde o dia em que nascera com o coração gelado, ao encontro deles com dez anos a cantar na rua, até ao momento atual. No final, despedem-se na noite com um beijo, lágrimas e palavras de amor.

Jack volta para o ateliê de Méliès cabisbaixo e o homem logo ajuda-o e aconselha. Em seguida, precisa de voltar ao comboio-fantasma para buscar o resto das suas coisas, no local encontra alguns fãs do seu trabalho que preferiam rir-se com ele a serem assustados por Joe. O zarolho apercebesse do barulho e afugenta as pessoas, dizendo a Jack que a Miss Acácia o tinha visitado e beijado, tal como antigamente. Jack tentou ataca-lo mas Joe foi mais rápido e agarrou-lhe o pescoço atirando-o para o chão.

Na noite seguinte, Jack tinha um encontro com Miss Acácia, esta que não apareceu, fazendo com que ele acreditasse ainda mais nas palavras de Joe.

A cantora deu um concerto num cabaré de Marbella e Jack levou o melhor fato de Méliès juntamente com um chapéu. Como sempre, Joe estava na primeira fila com aquele olhar possessivo sobre a Miss Acácia, até que o chão do palco range e a cantora cai no meio dos destroços de madeira. Prontamente, Jack tenta passar pela multidão de pessoas para ajudar a amada, mas Joe acaba por ser mais rápido e pega-a ao colo, como um casal de recém-casados, levando-a para o seu camarim. Jack segue-os mas a porta estava fechada, tenta arromba-la, acabando por ficar com um galo roxo na cabeça mas após várias tentativas a porta finalmente abre-se.

Miss Acácia, ao ver a sua cabeça ferida fica preocupada, mas Jack estava tão nervoso que simplesmente a acusa de beijar Joe iniciando assim uma nova discussão. Novamente, a cantora acusa-o de ter um coração falso e acreditar que precisa dele para viver. No meio da tensão, Jack tenta arrancar o relógio do seu coração começando a sangrar intensamente e a quase perder a consciência. A jovem tenta faze-lo parar mas não consegue, até desistir e sair do camarim, batendo fortemente com a porta.

Méliès precisou de dois dias para conseguir levar Jack para Granada. O rapaz estava em prantos e pedia por tudo que Méliès trocasse aquele relógio que ele tem por outro, um relógio melhor que substitua o seu coração estragado e o faça esquecer o desgosto amoroso com Miss Acácia. Depois de vários avisos que a troca de relógios podia mudar a sua maneira de ser, o senhor lá acaba por aceitar e faz a troca.

Granada, 4 de Agosto de 1892, Jack acordou após três anos de coma devido a uma hemorragia interna. Méliès tinha voltado para a sua terra deixando Jehanne, uma enfermeira, a cuidar dele. A enfermeira só aceitou porque estava apaixonada por Méliès, que antes de partir, deu-lhe um livro onde ele tinha escrito a história de Jack.

O rapaz via o seu antigo relógio de cuco na mesinha de cabeceira e olhou para o novo no seu peito. Este era mais moderno e possuía um vidro a proteger os ponteiros, além de já não fazer tanto barulho.

A enfermeira mostra-lhe o livro que Méliès deixara mas impede-o de ler o final. Ela explicou-lhe que o relógio no seu coração era totalmente dispensável, que ele podia continuar a viver sem ele, Jack mostrou-se cético a inicio mas ia começando a ceder. Jehanne explica-lhe que Madeleine teria deixado ali o relógio com medo que o seu little Jack crescesse, apaixonasse-se e abandonasse o ninho.

Olhou o seu reflexo e não se reconheceu, tinha grandes cabelos e barbas e marcas do tempo. Apesar da tentativa de modificar o seu coração, Jack continuava apaixonado por Miss Acácia que persistia nos seus pensamentos. Ainda com a roupa do hospital, saiu em busca da amada. Ela continuava a dar espetáculos ali e Joe continuava no comboio fantasma. Viu-os aos dois a fumarem do mesmo cigarro, a intimidade que tinham deixou-o furioso. Queria a sua cantora de volta.

Joe entra no comboio-fantasma e Miss Acácia passa por Jack cumprimentando-o formalmente. Agora era Jack que não era reconhecido. Aproveitou-se desse facto e continuou a conversar com Miss Acácia. Como Méliès lhe dissera há uns anos, a melhor maneira de a conquistar era fingir que não a queria conquistar, e assim o fez. Continuaram a encontrar-se durante uns tempos. Era visível que existia química entre eles mas a cantora não queria nada sério, dizia que ainda estava apaixonada pelo seu ex-namorado, Jack, que tinha morrido de forma misteriosa, que ainda hoje visitava a sua campa todos os dias, e que já se tinha casado com Joe sem ama-lo, não iria cometer o mesmo erro novamente.

Nessa altura, Jack decidiu-se que já era hora de contar a verdade à pequena cantora. Guardou o seu relógio velho numa caixa de cartão e entregou-o à rapariga. Quando ela o abriu desatou a chorar abanando a cabeça de forma negativa. Gritou-lhe que durante três anos visitava a sua campa e chorava a sua morte, mas que a partir de hoje, ele não existia mais. Pousou o relógio dentro da caixa em cima do muro e foi-se embora.

Granada, Outubro de 1892, Miss Acácia deixa o Extraordinarium e parte para os cabarés da Europa usando o nome da sua avó. Joe fica o resto dos seus dias a trabalhar no comboio-fantasma e a sofrer a perda da sua cantora.

Dez anos depois, Miss Acácia passa por Paris e encontra-se com Georges Méliès, que se tornara o maior precursor do cinema e que projetava “A Viagem à Lua” numa sala. No final do filme, Méliès conversa com a cantora e entrega-lhe o livro que escrevera sobre a vida de Jack: “O Homem sem Efeitos Especiais”.

A enfermeira Jehanne d’Ancy finalmente conseguiu conquistar Méliès e agora estavam juntos numa loja de truques de magia após todos se terem esquecido dos milagres do cinema de Méliès.

Jack regressou a Edimburgo, a sua terra Natal. Anna e Luna criaram um orfanato para crianças e idosos na casa da falecida Madeleine. Artur era um dos idosos que usufruía dessa casa. Quando viram Jack não o reconheceram, foi preciso ele cantar “OH When the Saints” para o conhecerem. Trataram logo de lhe esclarecer o assunto da primeira carta que ele nunca recebeu e Artur acrescentou algo confidencial que apenas ele tinha conhecimento. Era verdade que Jack tinha nascido com o coração gelado e sem o relógio não sobreviveria os primeiros dias, mas depois disso, Madeleine deveria ter-lhe tirado o relógio mas não foi capaz pois afeiçoou-se demasiado ao rapaz e não queria que ele fosse adotado nem levado por uma paixão.

Opinião da Chiyuu: Comecei a ler este livro um pouco a contragosto, precisava de fazer um trabalho para a escola e várias pessoas recomendaram-mo. A princípio não o quis ler por ser um romance (prefiro fantasia e aventura) mas não me arrependo de o ter lido! Gostei bastante do livro. É fácil de ler e tem uma escrita envolvente que nos fixa ao livro de tal maneira que nem damos por ele acabar.

Além da sua maravilhosa escrita, este livro é composto por diversas personagens peculiares e com a presença de várias personalidades famosas como Jack, o estripador e Méliès que influenciam o little Jack nas decisões da sua vida.

É um livro maravilhoso que nos remete para o mundo de Tim Burtton e do estilo Steampunk. Ao ler o livro, imaginava quase sempre uns cenários escuros e sombrios com personagens muito fininhas de olhos grandes e bizarros. O autor não descreve nada assim, mas a minha cabeça via tudo desta forma, até o filme de animação, que saiu em 2013, é neste género.

«prιмeιro, não тoqυeѕ noѕ ponтeιroѕ. ѕegυndo, doмιna a тυa cólera. тerceιro, nυnca, мaѕ nυnca тe apaιхoneѕ porqυe ѕenão, no relógιo do тeυ coração, o grande ponтeιro daѕ нoraѕ тreѕpaѕѕar-тe-á a pele, oѕ тeυѕ oѕѕoѕ ιмplodιrão e o мecanιѕмo avarιar-ѕe-á de novo.»

Opinião da Danny: É o mini livro mais cutiie que eu já li. Eu estava à procura do que ler no site da Wook, e ele apareceu lá. Vai-se la saber o que me chamou atenção, acho que foi a sinopse, porque a capa era horrível, e eu, por norma, é a capa que me chama mais atenção. Nesse mesmo dia fui correr atras dele. Cheguei à livraria e no sistema diziam que tinham o livro, mas ninguém o encontrava nas prateleiras. Ele é tão pequeno que estava escondido.

Ele tem uma leitura tão fácil que em uma horinha mais ou menos, já o tinha acabado. Por muito pequeno que seja tem tudo. É mesmo um livro espetacular. Toda a gente o devia de ler, é super fofo!

Mesmo que tenha momentos macabros, por causa do coração relógio, é nesses pormenores que vemos bem que este é um livro para adultos e não para crianças.

Mas é uma historia de amor muito bonita, mesmo que houvesse alturas que eu acha-se o Jack meio que obcecado... aquilo não sabia se era amor se obsessão.

Mas certamente é um livro que toda gente devia de ler... Por isso toca a ir procurá-lo porque vale mesmo a pena!

Críticas de imprensa:

«Malzieu tem um poder de evocação que faz lembrar Lewis Carrol.»

Metro

«Um estilo contido, agridoce e por vezes surreal, na tradição de mestres como Roald Dahl ou Tim Burton.»

< Les Inrockuptibles

«Arquitecto de um mundo, viajante do imaginário, Malzieu é sem dúvida um poeta.»

20 Minutes

«Com este conto, de matiz clássico, Malzieu confirma o seu talento de narrador.»

< Le Fígaro Magazine

«Fica-se com vontade de comprar dezenas de exemplares deste livro, para oferecer a todos os amigos.»

< Le Soir

«Uma escrita belíssima e cheia de emoção.»

Ouest France

«Mathias Malzieu tem o dom de criar imagens literárias inesperadas e fortes.»

Elle

Avaliação:

1 Comentários

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Clara10 março, 2015 22:16
Onde está a capa que a neechan fez?
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